...era já noite...

Ontem, era já noite, quando estava solto em meu quarto, naquelas voltas pela roupa e objectos também soltos, caídos, por aqui e por ali, arrumando uns, outros passando-se despercebidos.
Ontem era já noite, deitei-me cansado talvez, ou pelo simples gosto de cair na cama, ela que não estava solta era possuidora de quem já me tinha aprisionado, através dos seus olhos infinitamente brilhantes, daqueles em que nos perdemos mas em que gostamos de estar perdidos, já estava preso ás suas palavras, elas que são em formas curiosas de fruta melosa, do seu toque suave mas profundo, o respirar intenso caloroso, da sua libe doce, do seu encanto que mais parece um canto divino…
Já prisioneiro deste destino ontem era já noite, quando a cama a libertou e deixando para mim todos os sentidos, sentimentos de que já estará aprisionado.
Ouve um momento lindo, estivemos no paraíso onde Adão e Eva nunca sonharam estar, era mais lindo, muito, muito mais, as paisagens eram definidas, o ar o ambiente caloroso, fazendo jus aos fabulosos contos paradisíacos… era muito mais bonito, era lindo…
Ontem era já noite, quando depois de vir do até então desconhecido paraíso… Prisioneiro?! Sim já o era! Mas depois disso a sentença declarou-se em mim perpetua…
Ontem era já noite…noite que nunca mais esquecerei.